Bárbara Costa e Stéphani Emmerich

Bem Vindo ao meu espaço...

domingo, setembro 11, 2011

Nerd e Popular

"Hoje é o grande dia, vou me declarar pra ela.
Fiquei semanas ensaiando e de tanto pensar nisso nem tomei o café.
Já estou atrasado.
Pego minha mochila e vou andando, ou melhor, correndo pra a escola.

Claro que pra minha sorte o sinal já bateu.
Entrei na sala.
Vendo os trabalhos de ciência lembrei ter esquecido o meu.
Atordoado, fui a mesa da professora me explicar.
Antes que eu chegasse ao meu destino eu a vi, com seu sorriso encantador que me hipnotizava.
E em câmera lenta... eu tropeço em alguém, esbarrando numa bacia com meleca verde, caio no chão estatelado.

É então que uma voz doce, perguntou se estava tudo bem.
- Era ela! E se preocupando comigo!
Eu disse que sim enquanto me levantava, foi então que percebi que não era comigo que ela falava.
Todos riram de mim, até mesmo ela.
Morrendo de vergonha e todo melecado fui sentar no meu lugar.
Perdi toda a coragem de me declarar.

Agora eu podia ver o quando ela gostava daquele garoto asqueroso.
Mas como poderia alguém tão linda se apaixonar por alguém assim?
Com cabelo lambido pra trás, um sorriso de lata, de calça curta, atrapalhado, de óculos maior que a cara, que não sabe se comunicar.
E eu aqui.
Tão alto e sarado, de olhos verdes que brilham atrás das lentes, um cara popular, titular do time da escola.

As horas passam.
O sinal toca.
E eu continuo sem entender por que ela não me vê?
Por trás destes óculos há um sujeito honesto.
Essas espinhas dizem apenas que sou jovem. "

segunda-feira, setembro 05, 2011

22:11 borboletas sem asas

Todo dia é um novo dia, e em todos os dias eu morro lentamente e nunca há chance de morrer por completo.
Mas no fim do meu túnel de breu existe uma luz, que me cega e me atormenta. Ela se chama Sol. É o sol que cisma em viver em mim, mesmo que por entre minha escuridão interna, brilha, com raios tímidos de luzes verdes.
Eu, apenas refugiada, vivo em meu casulo. Mesmo que apertado. Mesmo que comprimindo meu corpo. Mesmo que alteando meus pensamentos.
Até o dia em que meu casulo, de repente, se rasga e a borboleta voa livre pelas flores... mas a borboleta, sem asas, cai em queda livre. Caindo e caindo, despencando como sempre. Vejo tudo passar por mim presa no meu próprio eu. O cheiro das flores agora me rodeiam. Sim, flores que nunca cheguei a conhecer. Ouço pássaros cantarem lá no fundo, como se fizessem uma trilha sonora. Seriam lindos se não parecessem assustadores, ligados ao meu desespero de cair. O calor da primavera, me dando arrepios e me fazendo sentir frio, de um jeito inexplicável. Em minha mente o silêncio e a serenidade por saber do meu destino. Em meu interior o pavor e o desespero de um prisioneiro...
Sinto o cheiro da grama molhada se aproximar, e desabo num frio escuro e agudo. Em fim, sinto que agora cheguei em algum lugar, um lugar muito consistente. Desagradável. Acabo por ter o peito comprimido, os ossos estalados, o ar sendo escasso, e o cheiro de grama da lugar ao barro imundo me sufocando e me roubando os movimentos e então... acordo!

by: BC

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